6 de junho de 2006

Amor com sabedoria

Você é o dono da sua vida. Não há nessa afirmação uma vírgula que possa ser contestada.
Até porque não há vírgula nessa frase.

Viver pode ser simples se soubermos assumir a responsabilidade pelos nossos atos. Parece meio óbvio, mas para algumas pessoas a prática toma longa distância da teoria. Talvez para essas pessoas seja mais fácil colocar a culpa, a responsabilidade, o peso das próprias atitudes no outro. O outro que muitas vezes por amor, lealdade, dedicação e até mesmo baixa auto-estima, deixa-se envolver pela situação.

E o que faz uma pessoa permitir tal abuso?
O medo. Medo da perda, medo da indiferença, medo da falta de algum tipo de reconhecimento ou mesmo atenção.

Não é fácil enxergar o que está sendo feito. Não é fácil enxergar que somos manipulados em nome de um amor egoísta, que só pensa nas próprias razões, desejos e instintos. Quem é movido por tais sentimentos egoísticos geralmente dita uma filosofia muito própria, onde os erros cometidos são projetados no outro como uma sombra. Como se o outro, que sofre todas as decepções, pudesse ser o grande culpado em um momento como esse.

Parece um raciocínio complicado, mas não é. Quem trai, geralmente não tem o costume de assumir o erro. Mas consegue, após a descoberta, colocar a famigerada culpa em dois terrenos diferentes, mas igualmente cômodos: um deles é a carência causada pela ausência do outro - e mesmo que o outro se faça presente, é só citar a palavra carência que ele nunca vai saber se o amor doado é realmente suficiente.

O outro terreno é o da desconfiança. Assume-se o erro, mas logo coloca-se em jogo a paranóia de sofrer com uma situação parecida. Em bom português: o 'traidor' coloca o 'traído' na berlinda, alegando que agora ele poderia se achar no direito de cometer o mesmo deslize. Aí cria-se uma polêmica sem fim. E, mais uma vez, quem tem baixa auto-estima fica envolvido e com medo de perder seu amor. Dessa forma então, quem se decepciona está sujeito, cada vez mais, a esse tipo de constrangimento.

Sim, para mim é um constrangimento sem tamanho. Não é fácil viver um caso assim e conseguir ter a exata noção de onde termina o relacionamento e onde começa o amor-próprio. Diminuir-se num relacionamento, seja da natureza que for, é o grande erro do ser humano.

E só é possível corrigir esse tipo de pensamento, postura e condução, quando nos amamos de verdade. Quando nos aceitamos do jeito que somos e quando nos colocamos em primeiro lugar.

Eu concordo quando dizem que não é possível viver feliz sozinho. Mas é extremamente necessário saber viver bem sozinho para saber fazer o outro feliz. Eu continuo batendo na tecla: saber amar é a chave para o sucesso em tudo na vida. É o que chamo de amor com sabedoria.

A razão, definitivamente, estraga o amor. Isso andou em rodinhas de bate-papo por aí.
Terminar dessa forma é perfeito: "Melhor ser feliz a ter sempre razão!"
Simples assim.

Au revoir...