10 de junho de 2006

Cacos de vidro

Em momentos de fúria, qualquer que seja a sua reação, esta provocará um estrondo possivelmente maior que o esperado e certamente maior que o necessário.

Isto porque quando estamos em situações de raiva, não temos idéia da proporção que nossas palavras atingem. Elas são estrondosas na maioria das vezes, mas não chega a acontecer como em grandes explosões, onde tudo vai pelos ares. Talvez até seria melhor. Se dinamitou tudo, tem que necessariamente começar do zero. Mas quando apenas 'trinca', aí é preciso colocar em ação a filosofia "muita calma nessa hora". Urgentemente.

Vejamos...

Quando você fecha violentamente uma janela de vidro, não com força suficiente para quebrar, mas para rachar, e você consegue essa proeza, pode ter certeza que daquele momento em diante você precisará abrir e fechar com todo cuidado. Cuidado bastante para que aquele vidro trincado não se estilhace de vez.

Em determinados casos é muito mais fácil quando despedaça logo tudo e é preciso trocar por um novo. A renovação, na maioria das vezes, é um bem necessário.
Sim, ando em um momento em que me recuso a escrever 'mal necessário'.

Voltando...

Por mais difícil que seja assimilar esta idéia, é muito mais fácil virar a página e começar do zero a ter que bater na mesma tecla. E bater de forma delicada. Se usar um pouco mais de energia, aquele vidro pode finalmente estilhaçar.

Quem tem apego ao vidro trincado, prefere baixar o tom, ficar em segundo (ou terceiro) plano e viver cômodamente uma relação de incerteza, insegurança e medo.

Eu já passei por fases assim e admito que além de ruim é um atraso. O medo da renovação é certamente o maior passo para trás que podemos dar na vida. Tudo que é novo desperta na gente a dúvida, o famigerado medo, a cautela (considero um bem necessário) e um bando mais de interrogações que muitas vezes só nós sabemos e podemos responder.

Ah sim, não menos importante, sempre dá aquele friozinho na barriga, típico da mudança quando bate à nossa porta. Seja mudança de emprego, cidade, casa, amor... Sei lá, acho que a cada dia mudamos alguma coisa. Basta saber se estamos preparados para dar o passo para frente.

E voltando ao assunto do vidro, muitas vezes eu gostaria de ser o estilingue na minha própria vida. Colocando para os quatro cantos milhares de cacos despedaçados pela mudança. E eu quero uma mudança gigantesca para o segundo semestre. E eu faço questão de segurar firme na forquilha de madeira e esticar o quanto eu puder a tira elástica. Se eu for muito longe, prometo enviar um postal. O lugar será bonito, acreditem!

Gosto dessa consonância: "Melhor ser feliz a ter sempre razão!"
Simples assim.

Au revoir...

1 Comments:

Blogger Lucas Maia said...

Fantástico seu texto Mônica, a cada dia fico mais fã seu. Pena, que o comentário chegou atrasado, mas sempre cabem comentários atrasados quando se tratam de excelentes textos.
Beijocas!!!

11/09/2006, 20:09  

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