30 de setembro de 2006

Essa tal felicidade

Um definição sobre felicidade - Stephen Kanitz

Todas as profissões têm sua visão do que é felicidade. Já li um economista defini-la como ganhar 20.000 dólares por ano, nem mais nem menos.

Para os monges budistas, felicidade é a busca do desapego.

Autores de livros de auto-ajuda definem felicidade como "estar bem consigo mesmo", "fazer o que se gosta" ou "ter coragem de sonhar alto".

O conceito de felicidade que uso em meu dia-a-dia é difícil de explicar num artigo curto. Eu o aprendi nos livros de Edward De Bono, Mihaly Csikszentmihalyi e de outros nessa linha. A idéia é mais ou menos esta: todos nós temos desejos, ambições e desafios que podem ser definidos como o mundo que você quer abraçar. Ser rico, ser famoso, acabar com a miséria do mundo, casar-se com um príncipe encantado, jogar futebol, e assim por diante.

Até aí, tudo bem. Imagine seus desejos como um balão inflável e que você está dentro dele. Você sempre poderá ser mais ou menos ambicioso inflando ou desinflando esse balão enorme que será seu mundo possível. É o mundo que você ainda não sabe dominar.

Agora imagine um outro balão inflável dentro do seu mundo possível, e portanto bem menor, que representa a sua base. É o mundo que você já domina, que maneja de olhos fechados, graças aos seus conhecimentos, seu QI emocional e sua experiência.

Felicidade nessa analogia seria a distância entre esses dois balões – o balão que você pretende dominar e o que você domina. Se a distância entre os dois for excessiva, você ficará frustrado, ansioso, mal-humorado e estressado. Se a distância for mínima, você ficará tranqüilo, calmo, mas logo entediado e sem espaço para crescer. Ser feliz é achar a distância certa entre o que se tem e o que se quer ter.

Simples assim.

25 de setembro de 2006

A gramática da Vida

Amar é um verbo.
O significado de Verbo no dicionário é:

1. Palavra variável que exprime ação, estado, qualidade ou existência.

Dessa forma, posso concluir que amar, por ser verbo, é composto de ação e só.
Amar é querer bem. E esse querer bem é simples, sem condições e norteado por atitudes desprendidas.

O amor que você sente é tão grande e natural que sai de forma incondicional.
O amor que você sente é tão puro e sincero que você age de forma livre e desinteressada.

Esse amor vai muito além do convívio e do contato físico. Ele permanece mesmo quando tudo parece mais distante e intocável. Independente da natureza da relação, amar está acima de todas as coisas e não se baseia em conceito, crença, tipo ou afinidade. Amamos nossos familiares. Amamos nossos amigos. E somos capazes de declarar amor até por quem não faz parte do nosso
convívio.


Nomear o que sentimos é fácil. Mas em determinadas situações, transformar esse sentimento em ação é um pouco mais complicado. Não que amar seja difícil, mas doar-se em uma relação não é tão simples como num conto de fadas.

Ser capaz de amar alguém com todos os defeitos e imperfeições é o ato mais nobre e o mais sublime. Gostar de alguém, mesmo sabendo que vocês são como água e óleo não é, nem de longe, fácil como escrever. Compreender que o outro é completamente diferente de você e tem qualidades que você não tem, é o primeiro passo para esse caminho.

Eu acredito firmemente que duas coisas facilitam todo esse processo. Aliás, resumo em duas palavras: empatia e respeito.

Em primeiro lugar, respeitar a individualidade do outro não é menos importante que alguém respeitar a sua individualidade. E somente através dessa atitude é possível mostrar que a enorme diferença entre vocês se estreita quando existe consideração e reverência de ambas as partes.

Perceber que um amigo precisa da sua paciência quando ele passa por um momento de dificuldade é tão importante quanto querer que alguém desculpe sua atitude grosseira, simplesmente porque você não teve um bom dia.

Quando se trata das nossas inquietudes, querer consideração é quase que uma exigência. Aceitar que o outro também tem problemas, e que com alguns desses problemas ele não sabe lidar, é um terreno às vezes tão desconhecido quanto inadmissível.

Por que pensamos e julgamos ser melhor que os outros?
Por que a nossa dor tem sempre que ser mais insuportável que a do outro? Nem sempre o que é tolerável para mim é também para quem está próximo. Sempre sabemos lidar perfeitamente com os problemas alheios. Aquela história de quem está de fora enxerga melhor é plausível. Mas a percepção da dor se coloca no mesmo patamar?

Nesse ponto eu chamo para a conversa a tal da "Empatia".
Por questões óbvias não vivo sem meu dicionário.

Empatia:
1. Estado de alma.
2. Estado de espírito no qual uma pessoa se identifica com outra, supondo sentir o que ela está sentindo.
3. Capacidade psicológica para se identificar com o eu de outro, conseguindo sentir o mesmo que este nas situações e circunstâncias por esse outro vivenciadas.

Eu poderia simplesmente parar por aqui.
As três definições da palavra empatia são de uma aula ímpar. É ler, compreender e colocar em prática. Digo isso porque não é fácil, nunca disse que era, entender o outro em toda sua complexidade de pensamentos e atitudes dissonantes.
Ter a sabedoria para colocar-se no lugar do outro é a chave do entendimento e do convívio pacífico. Quantos aborrecimentos e caras feias não são evitados quando procuramos entender o motivo que levou alguém a agir de forma imatura. Até porque imaturidade não é palavra inexistente no vocabulário de ninguém.

Quando misturamos sentimentos como amor e paixão, misturamos também os limites de cada um. A singulariadade do ser humano é tão ou mais complexa que o real significado de saber amar.
Primeiro é preciso entender que o outro não é uma propriedade nossa. Para isso, faz-se necessário descolar do verbo amar o conceito de posse.

"Amo, portanto me pertence."
Não, não pertence. O verdadeiro amor liberta, não aprisiona. O verdadeiro amor é capaz de querer bem quando a situação é a mais adversa possível: eu aqui e o outro lá, do outro lado do mundo, e feliz com outra pessoa.

Dói pensar dessa forma? Para alguns, quem sabe. Mas aí é questão de egoísmo, de querer todos os amores do mundo aprisionados dentro do coração.

Pode ser que o ciúmes também tenha sua parcela de culpa nesse quesito 'dor'. Eu sempre considerei o ciúmes como uma peça que, quando exagerada, não se enquadra de forma alguma em lugar algum. Para ser sincera, acho mesmo que ciúmes e insegurança andam de mãos dadas. Amores impossíveis e platônicos usam e abusam desse 'tônico' imperfeito e indomável. Diria até que perigoso, já que é capaz de arruinar relacionamentos e transformar amor em ódio.


O amor que se traduz em querer bem ao próximo, abrange a compreensão, o respeito, a empatia, a generosidade e o bom uso da sabedoria.

É fácil conjugar esse verbo?
Não, não é. Requer boa dose de bom senso, saber observar para saber agir, tomar conta dos próprios pensamentos, porque viajar por idéias obscuras é um verdadeiro perigo e, não menos importante, ser capaz de entender que o outro faz o melhor possível dentro do conhecimento, discernimento e maturidade que ele possui.

Acho que vou começar a reunir as minhas viagens literárias e daqui a um ano estarei na Livraria Letras & Expressões lançando meu primeiro livro:
"Tudo o que ninguém me perguntou, mas eu estava a fim de escrever".
Se o conteúdo não empolga, pelo menos o título é original.

O.K.
Vou tentar não quebrar o clima.

Então, reforçando a tese: Melhor ser feliz a ter sempre razão.
Simples assim.

Só porque você dança bem

Você é competente naquilo que faz, mas por alguma razão outras pessoas são escolhidas em seu lugar. Você conhece seu produto melhor do que qualquer outro, mas vendedores aparentemente inexperientes vendem muito mais? Sua empresa, ou departamento, está implantando novas estratégias e táticas administrativas, mas uma concorrente, aparentemente menos organizada e frágil, está tomando o mercado e sendo muito mais bem sucedida?

Talvez seu problema seja o de estar confundindo ficção com realidade. Na ficção que nos contaram, o importante eram as coisas, estratégias, sistemas, produtos, planilhas, crenças. Na realidade, o importante são as pessoas. Não existe nada sem pessoas. Não existem vendas, portanto, não existe economia de mercado - não existem casamentos, não existem famílias e, para ser franco, não existe sequer civilização.

Tudo o que você faz começa e termina em pessoas. Se você tivesse que passar o resto da sua vida com todas as riquezas do universo, sozinho em uma ilha, de que valeria qualquer sucesso? Você e eu precisamos compartilhar o tempo, a vida e as experiências com outras pessoas. Empresas que se esquecem deste fator, se concentrando somente no balanço do trimestre, acabam soterradas por guerrilheiros dos negócios ou sabotadas por inúmeros funcionários descontentes que, na melhor das hipóteses, entram em "operação padrão".

Você pode ser genial, mas as pessoas gostam de trabalhar com você? Eu não perguntei se elas gostam de passear com você. Isso é fácil. Perguntei se elas gostam de trabalhar com você. Seus chefes, subordinados e colegas confiam em você como profissional e gostam de trabalhar com você? Se apenas uma dessas perguntas tiver como resposta "não", você ficará abaixo de onde pode chegar.

Se não gostam de estar com você, se notam que você as vê somente como um instrumento (para gerar vendas, por exemplo), o primeiro vendedor "amigo" que aparecer vai tomar o seu cliente. Para sempre. Seus funcionários vêem você como um líder ou como uma analista, que corta pessoal sem se preocupar com a "moral" das tropas. Alguém em quem não podem confiar?

Agora, deixe-me esclarecer um ponto. Isso não significa que você deva ser "amigo" de todos, ou um bajulador. Seja você mesmo. Sempre. Dá menos trabalho. Faça o que tem que ser feito. Mas, se você não é parte da solução na empresa, na família, no romance, no clube ou na sociedade, então você é parte do problema. E se este é seu caso, cuidado: problemas não são bem vindos para subir na empresa. Problemas não são bem vindos no casamento. Problemas não são eleitos. Problemas são e-v-i-t-a-d-o-s, mesmo que inconscientemente. Seja a solução, concentrando-se nas pessoas. O que elas realmente buscam? Do que precisam? O que querem?

Você deve buscar a competência técnica, claro. Mas não precisa ser perfeito como um robô, porque somente pessoas avançam. Robôs a gente constrói, ou desliga. E o único modo de pessoas avançarem com lastro duradouro é quando são apoiadas por ouras pessoas. Você é apoiado por outras pessoas?

Em outras palavras, depois da sua competência técnica, seus relacionamentos são a fonte mais importante para o seu futuro, em todos os níveis. Seja na carreira, na família ou na sociedade. Por isso, lembre-se do que disse Michael Leboeuf: só porque você dança bem, não significa que vai ser convidado para o baile. E o baile da vida é bem curto. Curto demais. Não espere a última música para entender isso. Tudo começa, e termina, nas pessoas.

- Aldo Novak -

Simples assim.

23 de setembro de 2006

Tudo depende de mim

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite.
É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.
Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por levarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças evitando desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.
Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que queria ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalhado.
Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus.
Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Se as coisas não saírem como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.
Tudo depende de mim.

- Charles Chaplin -

Simples assim.

22 de setembro de 2006

Sabedoria

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que somente eu tenho poder de evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um 'não'. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

- Luis Fernando Verissimo -

20 de setembro de 2006

A saudade que só eu conheço




Sim, vocês já me contaram como surgiu a escolha do meu nome. Contaram inclusive qual seria o outro possível nome. E vocês tiveram muito bom gosto nas duas escolhas.

Pai, lembro que, desde pequena, você me ensinou que tudo tinha um motivo e que minhas ações implicavam em alguma responsabilidade. Sem dúvida essa foi uma das muitas lições que você me passou e que eu vou levar para o resto da minha vida.

Você sabia perfeitamente conjugar o verbo Ensinar. Além de dizer o que era correto, mostrava, através do seu exemplo, como e quando deveria ser feito. Foi muito mais fácil assimilar dessa forma.

Sua postura sempre correta diante da vida despertava admiração e muito respeito nas pessoas. Parece que foi ontem que você me socorreu no discurso de formatura do 2º grau, subiu no palco e disse breves palavras que marcaram aquela turma.
Sim, pai, meus amigos, meus professores, todos te admiravam. Não somente por você ser quem era como profissional, mas o ser humano íntegro, que idealizava grandes sonhos e sabia com certa maestria o significado da palavra Solidariedade.

Digo com todas as letras: você era um homem importante, uma figura admirável e respeitável. Sua palavra era convicção e o que você dizia era sinal de credibilidade. Uma das pessoas mais sensatas que eu já conheci na vida.

Primava pela excelente educação e pelos bons costumes. Gostava de ordem e disciplina.

Você tinha uma fé muito particular. Você nunca me contou, mas eu soube que quando era criancinha, você foi coroinha na igreja perto da sua casa.

Aliás, você sempre batalhou desde muito cedo. Talvez por isso era inerente a você tudo que se referia à responsabilidade. Mesmo trabalhando tanto, nos ensinou também a valorizar o lazer. Correr na praia, andar de Kart, voar de ultraleve, mergulhar no mar, andar de barco.

Quando passávamos as férias de fim de ano na praia, você fazia questão de nos acordar bem cedo para aproveitar o dia. E sempre ouvia nossas reclamações, porque afinal, estávamos de férias e poderíamos acordar mais tarde.

Hoje percebo sua frase: quem dorme até tarde, perde boa parte do dia. Aprendi depois de um tempo, que você queria que aproveitássemos as horas matinais para curtir o dia de sol. Aquela corrida na praia às 7 horas da manhã era saudável. Percorrer o Forte em Cabo Frio e mergulhar do alto das pedras, podia, sim, ser seguro e era. Fazer a trilha que ninguém fazia, mas você nos guiava e nos esticava a mão para que conseguíssemos pular a única parte que sem sua ajuda não conseguiríamos. Temos fotos de todos esses lugares.

Acho que por isso resolvi colocar no início desse texto fotos tão bacanas. Todos esses lugares me fazem viajar e pensar que você vive num lugar tão lindo quanto qualquer um desses. Aliás, viajar com a família por todo o Brasil era seu grande sonho. Mas todos os lugares, daqui e de fora, que eu conheci estão guardados na memória. Tenho meu próprio álbum de fotografias mental. Não importava em qual lugar do mundo estivéssemos, as regras não eram quebradas e as leis eram obedecidas.

E esse lado todo certinho não impedia de saber aproveitar a vida. Sempre com sabedoria, extraindo o melhor e o que faz bem. Vida saudável era com você mesmo. O esporte era apenas uma ponta dessa história. Nada era imposto, a diversão vinha em conjunto.

Você me incentivou a jogar volei. Assistia meus jogos, me dava apoio e força quando tudo ia bem e sabia me confortar quando eu perdia. Você me ensinou até a jogar futebol. E quando jogo, chuto com a esquerda porque você também chutava. Aliás, eu escrevo com a mão direita, que nem você escrevia. E ainda hei de digitar tão rápido e perfeitamente como você fazia enquanto preparava seus projetos. A primeira vez que peguei sua tese de Mestrado para ler, vi que você fez a apresentação em português e em inglês. Você sempre esteve um passo a frente.

Esse ano especificamente eu venho trabalhando com pessoas que você conhecia. Eu procuro aprender sob todos os aspectos e tento imaginar o que você faria quando a situação fica estranha.

Já me disseram que eu lembro muito você, tanto nos pensamentos quanto em muitas atitudes. Eu realmente aprendi um bocado com você. Eu sinto muito a sua falta, mas sei que de onde você está, me orienta e me protege. Você é uma grandeza humana que dá muita saudade.

Eu cresci muito nesses 12 anos e tenho certeza que você acompanhou esse crescimento. Tenho você como exemplo e espero trilhar sempre o caminho certo, pai.

Não é à toa que me guio pela filosofia: Melhor ser feliz a ter sempre razão.
Tão simples assim.

19 de setembro de 2006

Por trás das lentes




São ossos do ofício: observar, anotar coisas sem nexo, coisas com muito nexo, saber o que dizer. Em certas ocasiões ganhamos muito mais quando seguimos a filosofia "tenho dois ouvidos e uma boca", para justamente ouvir mais e falar menos.

Considero deselegante quem perde a oportunidade de ficar calado. Eu acho que saber o que dizer é uma arte. Infelizmente nem todos têm essa consciência e não são raros os momentos em que o silêncio seria a melhor resposta e a mais sábia saída. Coloco no mesmo patamar as brincadeiras sem graça e as risadas fora do normal e completamente fora de hora. Obviamente me refiro a horários específicos e, apesar de todo lado brincalhão que eu tenho, também acredito que para tudo tem hora, até para brincar.

Não, eu não ando de mau humor, nem com pouca paciência. Apenas tenho observado que as pessoas quando ganham intimidade acham que podem dizer o que querem e fazer graça com o que não é engraçado. E eu nem falo de mim. Aprendi a me defender há muito tempo. Só que meu senso de 'ridículo' sempre foi um pouco acima da média e classifico como absurdo os comentários inadequados.

É muito fácil perceber quando eu não tolero certas brincadeiras. Sou a transparência em pessoa nessas horas e é nítida a minha cara de "não acredito que estou ouvindo uma barbaridade dessas".

Como eu escrevi outro dia, falta de educação é um ponto crucial para muitos problemas dessa sociedade. Infelizmente existem pessoas que não sabem respeitar o limite entre o aceitável e o que beira o ridículo. Em momentos como esse eu prefiro me afastar. Sei que não deveria me guiar pelo ditado "os incomodados que se mudem", mas é preferível ser feliz em outro lugar.

Se é que é possível fazer alguma coisa boa nessas horas, talvez seja a tal da arte da influência. Ou filosofia do exemplo, como eu escrevi no mesmo dia sobre a falta de educação. Aliás, tem tudo a ver. Se não surte efeito o fato de dizer que não é legal, elegante, bacana ou interessante esse tipo de atitude, talvez mostrar como seria melhor seja um caminho.

A proximidade com o dia 20 de setembro me faz pensar. E muito. E sempre que sigo esses pensamentos eu me torno uma pessoa um pouco mais séria.

Ainda acredito que é melhor ser feliz a ter sempre razão. Continuarei tentando.
Simples assim.

17 de setembro de 2006

Uma questão de educação e exemplo




Eu considero a educação um dos traços mais importantes quando observo uma pessoa.

Li no dicionário uma vez, que educação é o aperfeiçoamento das faculdades humanas. Achei isso bonito e resolvi anotar. Foi há muito tempo e eu nem sonhava em ser jornalista, mas já me pautava pelas boas maneiras. E em algum ponto, educação e boas maneiras se misturam.

Digo isso porque o sentido da palavra educação é muito mais amplo, e o principal significado dela talvez seja o que se relaciona à cultura e ao ensino. Mas eu me refiro aqui à educação com a idéia de polidez, civilidade e cortesia.

Infelizmente essas três palavras andam meio esquecidas do vocabulário, visto a baixa frequência nas atitudes. Não é difícil chegar a essa constatação. Basta pegar o carro e dar uma volta. A quantidade de motoristas que não respeitam os sinais, que são impacientes ao volante e que buzinam quando o sinal muda de vermelho para verde é absurda. Ou seja, são mal educados. Diga-se de passagem, são muito mal educados.

Ainda nessa 'volta de carro' e levando em consideração que pedestre também tem que seguir regras, a galerinha da calçada não fica muito atrás. Em vários pontos da cidade tem gente atravessando fora da faixa de pedestres. Pior é quando tentam atravessar onde não deve, bem debaixo de uma passarela, arriscando a própria vida para chegar ao outro lado de uma via expressa.

Agora imagine-se cercado de falta de educação. Você está com seu carro parado em um sinal vermelho. Fica verde e você pode seguir, mas algumas pessoas resolvem atravessar em qualquer lugar e você, educadamente, freia para que elas cheguem 'sãs e salvas' do outro lado. Só que o engraçadinho no carro de trás está com pressa e buzina. E ainda te xinga, afinal, a rua é dele e ele quer passar, porque o sinal está verde, oras.

Complicado, né. Mas isso acontece com frequência.

Isso porque eu não entrei no mérito de outras questões: quem faz fila dupla, tripla, ultrapassa pelo acostamento, tenta furar fila em retorno.. Essas coisas nada simpáticas que acontecem todos os dias e nos mais diferentes pontos da cidade.

E eu ainda estou no exemplo dos carros e pedestres. Posso mudar o rumo e abordar outros pontos: como o pessoal que joga lixo no chão, fura fila, não dá vez e nos transportes coletivos senta nos lugares reservados aos idosos, deficientes físicos e gestantes.

A quantidade de falta de educação é tremenda. Tem aquela pessoa que acha, por exemplo, que o corredor do supermercado é só dela. Pára o carrinho do jeito que quer e vai tranquilamente escolher seu produto na prateleira e esquece que ali passam outras pessoas e muitas vezes com carrinho também. Eu, que já gosto de uma certa distância de supermercado, quando encontro esses tipos, coloco em treinamento a minha paciência. Geralmente saio sem reclamar, mas fico pensando que um pouco de consideração não faz mal a ninguém.

Sinceramente acho que todas essas pessoas pensam que educação é alguma coisa de comer ou então de passar no cabelo, porque não é possível tanta ignorância reunida.

Graças aos meus pais eu recebi uma ótima educação. Eu sempre tive dois ótimos modelos dentro de casa.

E esse é o ponto chave da discussão: resolve-se boa parte desses problemas com bons exemplos. Acredito que se eu fizer a minha parte, vou contribuir um pouco com os que estão a minha volta. Esse tipo de pensamento é uma ótima saída para várias questões na vida, seja qual for a situação.

Eu estou com muito sono para desenvolver qualquer assunto. Definitivamente.

Essa coisa de trabalhar de 10 a 12 horas por dia anda misturando as minhas idéias (e me fazendo escrever errado). Ando até tendo uns sonhos mais loucos que o Batman, mas absolutamente interessantes. Qualquer dia desses rola uma viagem astral. Devido a falta de tempo, essa será uma ótima oportunidade para visitar os amigos. Gostei da idéia.

Pois é, cansada, com sono, mas com o bom humor de sempre. Faço piada até com desgraça. A minha, obviamente.

Bom, chegou a hora de apagar as velinhas, vamos cantar aquela musiquinha... Escrevi a luz de velas hoje. Brincadeira. Hora de criança ir para cama, a bobeira está tomando conta dessa criatura.

Mr. Sandman me chama.

Aos que ficam, um excelente domingo. Se der sol, vamos para a praia. Caso chova, vou dormir até cair da cama.

É aquela velha história: Melhor ser feliz a ter sempre razão.

Simples assim.

Au revoir...

14 de setembro de 2006

Desta vez vai ser diferente






(Versão para preguiçosos. Leia-se: editada)

A experiência dá lições inestimáveis, mas achar que tudo - especialmente os relacionamentos - se repete do mesmo jeito pode ser uma armadilha que você prepara e na qual cai sem perceber.

Cristalizar sentimentos, mágoas e opiniões não nos leva adiante. O melhor é viver ao ritmo da canção gravada por Lulu Santos: "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia".

Há coisa que a gente sabe e pronto!
Aprendemos com a vida e - ainda bem - a memória traz a experiência de volta.

Quem não compreende que a panela tampada faz a água ferver mais rápido, vai gastar energia à toa. As ciências naturais encontram garantia nesse tipo de conhecimento, nascido da observação e da repetição do resultado.

E quando falamos de pessoas, de relacionamentos ou de situações que só perdem quando pré-concebidas e avaliadas?
Bem, aí é melhor parar e refletir um pouco.

Agir no piloto automático é a barca mais furada que se pode entrar quando o assunto envolve gente.

Quem saiu muito magoado de um namoro, por exemplo, pode até jurar de pés juntos que nunca mais vai se apaixonar. Mas o que ganha com isso?

No campo profissional, a pessoa bate com o nariz na porta uma vez e faz disso uma sina ou, então, poda os sonhos e ajusta as expectativas ao tamanho do miúdo.

Vale a pena?

O grego Heráclito, já no fim do século 5 a.C, filosofava: um homem não se banha duas vezes no mesmo rio porque nunca é o mesmo homem e nunca o mesmo rio.

De fato, esssa é a grande máxima para não encarar determinadas situações como se fossem simplesmente a reprise de um filme. O cenário pode até ser o mesmo, os personagens também, mas está nas mãos de cada um rescrever o roteiro e interpretar de maneira diferente seu papel na trama.

Mas, se a gente faz tudo igual ou avalia o outro sempre com a mesma lente, não há renovação possível. Nessa história também entra o medo - às vezes bastante justificável, pois quando houve infidelidade no casamento, por exemplo, e do felizes-para-sempre sobrou amargura, arriscar outra investida não é fácil a ninguém.

O alento, nesse caso, é saber que fugir do sofrimento faz parte do instinto de preservação.

No século 19, o filosófo alemão Friedrich Nietzsche (1844 - 1900) enxergou na repetição das situações uma chance de aprendizado e solução de conflitos.

Na teoria do eterno retorno, ele postulou que cada instante traz a marca da eternidade e todos os acontecimentos passados, presentes e futuros, se repetem indefinidamente. Em nível individual, isso significa que pessoas, lugares, situações se apresentam a nós de maneira recorrente ao longo da vida.

A chave, segundo Nietzsche, está em aceitar essa predisposição e ter a convicção de que repetiríamos cada gesto, cada ação milhões de vezes, se assim fosse preciso. Tanto que o filósofo propôs a pergunta: "Se, por acaso, um demônio aparecesse diante de ti, dizendo que tudo o que foi por ti vivido será repetido infinitamente, de maneira cíclica, o que faria? O amaldiçoaria ou o abençoaria?"

Errando e aprendendo

A referência pode ser um teste em que não fomos aprovados ou um relacionamento que não deu certo, tanto faz. Ao olhar para trás, é possível identificar preciosas lições na falta de êxito e nela fundamentar alicerces para acertar a rota e fazer tudo de um jeito diferente.

Tente uma, duas, dez mil...

No século 19, Thomas Edison, o inventor da lâmpada, buscando uma maneira de mantê-la acesa, experimentou mais de 10 mil combinações de maneiras sem sucesso. Perguntado sobre o porquê da insistência, ele disse que não encarava as tentativas como fracasso: cada uma delas o levava mais perto daquela que daria certo.

Parada para pensar

Muita gente cai nessa roubada. Firma um conceito de uma determinada pessoa - amigo desatencioso, filho desleixado, parceiro egoísta e por aí vai - e nunca mais atualiza esse arquivo. Mesmo quando o amigo passa a telefonar de tempos em tempos, o filho cuida bem da namorada, o parceiro abre mão do futebol para ir ao cinema com você.

Atenção para não aprisionar os outros em seus julgamentos, pois nesse caso quem está prisioneiro de um mesmo olhar e julgamento é você.

Arrisque, explore, conquiste

- "Venha até a borda". - "Não, vamos cair"
- "Venha até a borda". - "Não, vamos cair"
Ele foi até a borda. Eles o empurraram e ele voou.
Guillaume Apollinaire (1880 - 1918), poeta francês.

Um novo padrão de pensamento

Nossa visão do mundo é colorida por tudo o que vivemos. É como um álbum de fotografias. Só que as imagens registram não só momentos felizes e aventuras emocionantes, mas também crises, decepções, desapontamentos. Essas cenas carregadas de emoções e percepções volta e meia são revividas pelo cérebro e pelo sistema nervoso. A compreensão desse sitema explica por que temos a tendência a reagir segundo modelos prestabelecidos.

As céculas nervosas, os neurônios, fazem suas conexões em rede e, a cada pensamento ou sentimento, associações se formam como numa espécie de teia. A perspectiva de entrar de cabeça numa relação amorosa, por exemplo, aciona cadeias associativas anteriores, que tanto podem remeter a bons momentos, sentimentos de realização e plenitude como reviver desilusões, traição, mágoa, raiva.

Evitar que esses padrões que se estabelecem em nível físico se repitam indefinidamente demanda empenho e persistência. O primeiro passo é perceber em que momentos deixamos rolar essa resposta automática. Depois, resistir ao sofrimento que geralmente acompanha a mudança.

Sob pressão, resista

Resiliência. Essa palavrinha um tanto difícil exprime um conhecido princípio da física que de tempos para cá vem sendo aplicado aos estudos comportamentais. Na linguagem científica, significa a capacidade de um corpo voltar à forma original depois de submetido à deformação - por exemplo, como o sofá que afunda, quando alguém senta nele, e depois recupera o formato.

Acreditar que somos capazes de desenvolver a resiliência é mais do que um alento, é uma tática de sobrevivência frente aos desafios.

Sonhos, aliados nas chances de felicidade

Personagens, lugares, objetos. Preste atenção nas imagens dos sonhos: são mensagens que expressam onde você se encontra. Isso mesmo: os sonhos são a via régia para o inconsciente e, portanto, eles favorecem o auto-conhecimento.

De maneira simbólica - por isso, não subestime as situações bizarras e a linguagem cifrada - os sonhos traduzem nossas questões profundas. Dessa dimensão fluida, impalpável, ilimitada, onde tudo é possível, emergem respostas a dúvidas e inquietações.

Dialogar com os sonhos é praticamente abrir uma conversa consigo livre de condicionamentos e idéias preconcebidas.

Ninguém pode interpretar nossos sonhos melhor do que nós porque somos nós quem melhor sabe o contexto em que vivemos, nossos medos, desejos, inquietudes e ambições. Quando os gregos queriam respostas as suas indagações, dormiam à noite no templo dedicado ao deus apropriado.

Tudo muda o tempo todo

No Universo, tudo está em mutação e se renova a cada instante. Esse é um dos fundamentos do budismo: a impermanência, que os seguidores dessa doutrina chamam de anicca. Refletir sobre o sentido permanente nos faz compreender que nenhuma vivência tem que ser igual a outra. Vale por fé que existe um novo cenário - até mesmo interno - para todo pensamento, ação ou intenção.

Que carma!

Acontece muito: a gente se envolve de tal forma em uma relação complicada que acaba achando que a pessoa é um carma na vida. Esse conceito, que vem de Karman ("ação" em sânscrito), faz parte dos fundamentos do budismo e do hinduísmo e postula que todas nossas experiências refletem atitudes de vidas passadas. Uma parte importante, que às vezes se esquece, é que o princípio de causa e efeito vale também para a vida atual.

Isso vale não apenas para ações e atitudes concretas mas também para as intenções e os pensamentos. Quando algo não está acontecendo de maneira satisfatória, vale repensar se não estamos insistindo em repisar antigos erros. Por isso, mudar de atitude influi no carma de cada um.

(Revista Bons Fluídos - Setembro 2006 )

13 de setembro de 2006

Amizade sem trato

Dei para me emocionar cada vez que falo dos amigos. Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental. Mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem em pé de igualdade com o resto da família. E quando ouço pessoas dizendo que amigo, mas amigo meeeesmo, a gente só tem dois ou três, empino o peito e fico até meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que dois ou três. São uma cambada. Não é privilégio meu, qualquer pessoa poderia ter tantos assim, mas quem se dedica?

Fulano é meu amigo. Sicrana é minha amiga. É nada. São conhecidos. Gente que cumprimentamos na rua, falamos rapidamente numa festa, de repente sabemos até de uma fofoca pesada sobre eles, mas amigos? Nem perto. Alguns até chegaram a ser, mas não são mais por absoluta falta de cuidado de ambas as partes.

Amizade não é só empatia, é cultivo. Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa - nem deve - vir acompanhado de um motivo.

As pessoas se falam basicamente nos aniversários, no Natal ou para pedir um favor - tem que haver alguma razão prática ou festiva para fazer contato. Pois para saber a diferença entre um amigo ocasional e um amigo de verdade, basta tirar a razão de cena. Você não precisa de uma razão, basta sentir a falta da pessoa. E, estando juntos, tratarem-se bem.

Difícil exemplificar o que é tratar bem. Se são amigos mesmo, não precisam nem falar, podem caminhar lado a lado em silêncio. Não é preciso troca de elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente. Não é preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade. Talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente. Cumplicidade? Mais do que cumplicidade. Sintonia?

Acho que é amor.
Oh, céus! Santa Pieguice. Batman! Amor? Esta lengalenga de novo?

Sério, só mesmo amando um amigo para permitir que ele se jogue no sofá e chore todas as dores dele sem que você se incomode nem um pingo com isso. Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno. E para não invejarem as vitórias um do outro. Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços, só que liga quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que eles sumam.

Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manunteção. Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem dois amigos para valer. E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão individualistas. Nada disso. A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.

- Matha Medeiros -

Simples assim.

12 de setembro de 2006

Viver com gentileza


Quanto auxílio você poderá prestar todos os dias.
Em casa, pense no valor deste ou daquele gesto de cooperação e carinho.

No relacionamento comum, faça a gentileza que alguém esteja aguardando conforme a sua palavra.

No grupo de trabalho, ouça com bondade a frase menos feliz sem passá-la adiante.

Ofereça apoio e compreensão ao colega em dificuldade.

Estimule o serviço com elogio.

Quanto puder, procure resolver problemas sem alardear seu esforço.

Em qualquer lugar, pratique a boa influência.

Desculpe faltas alheias, consciente de que você também pode errar.

Observe quanto auxílio você poderá desenvolver no trânsito, respeitando sinais.

Acrescente paz e reconforto à dádiva que fizer.

Evite gritar, para não chocar a quem ouve.

Pague a sua pequena prestação de serviço à comunidade, conservando a limpeza por onde passar.

Sobretudo, mostre simpatia e reconhecerá que o seu sorriso, em favor dos outros é sempre uma chave de luz.

9 de setembro de 2006

Teu nome é Alegria


Existem pessoas que se esquecem do tempo: são as Sonhadoras.
Existem as que sabem dar tempo ao tempo: são as Sensatas.
Existem as que lutam o tempo todo: são as Vencedoras.
Existem as pessoas que têm tempo para os outros:
Esta é Você!

Eu passei o dia inteiro pensando o que viria depois das fotos. Cheguei a procurar algum texto interessante que pudesse ilustrar melhor esse simples desejo de dizer Feliz Aniversário.

Aliás, passei o dia numa alegria contida, porque eu queria preparar alguma coisa. E preparar alguma coisa com pelo menos três pessoas te chamando a toda hora é algo meio complicado.

A nossa conversa do início da noite foi proveitosa, diria até que a mais calma que tivemos nos últimos tempos.

Não fosse o seu compromisso e o meu retorno ao trabalho, eu ficaria mais uns bons minutos confirmando o óbvio: o tempo não dita o quanto se conhece de uma pessoa.

Dizer que temos afinidades porque somos da mesma área é troco perto do que já descobrimos. Essa amizade se estreita pelas semelhanças e inúmeras situações que diversas vezes perguntamos "você está falando de mim ou de você?"

O que é mais bonito em você é que você agrega as pessoas.
Você é muito querida por todos. Nota-se pelo imenso carinho que seus amigos ou mesmo apenas conhecidos fazem questão de demonstrar. E eu sinceramente acho que o que os toca é a sua maneira simples de ser. Esse jeito autêntico e descolado; firme e ao mesmo tempo coração mole, que coloca o outro em primeiro lugar; que não mede esforços para fazer o outro feliz, porque essa é a natureza da sua felicidade. Uma felicidade que você sente e te basta, não havendo necessidade alguma daquele 'algo em troca'. O que você sente é o que te estimula, te faz sorrir e querer fazer sempre mais por quem está próximo. E digo com propriedade que alcança até quem não está assim tão próximo.

Quando converso com você, identifico dentro da sua linha de raciocínio uma sabedoria que muitos diriam que está além da sua idade.

Lembra da filosofia que eu disse que você vive?
Você queima etapas e aprende com cada uma delas. E não importa se essas etapas foram positivas ou negativas, você consegue assimilar o que precisa. O que não é necessário, simplesmente não é absorvido.

Eu diria que isso é saber viver. Você sabe viver com alegria e entusiasmo. E não adianta vir me dizer que anda sem estímulo para um determinado assunto, porque eu sei que isso é passageiro.

Posso te dizer uma coisa em segredo? É permitido sentir desânimo. Aliás, saber detectar o que está errado na nossa vida é muito sábio. E eu já disse que você é sábia.

E já que às vezes eu tenho a mania de escrever nada com coisa nenhuma, vou aproveitar para colocar aqui um pequeno texto de S.S. Dalai Lama.

"A constatação de que as pessoas bondosas sofrem e as más experimentam o sucesso e o reconhecimento público é uma visão limitada. Observe-se também que essa conclusão pode ser precipitada. Quando se analisam os fatos com mais profundidade, descobre-se que, definitivamente, as pessoas desajuizadas não são felizes. É preferível comportar-se bem, assumir a responsabilidade pelos próprios atos e levar uma vida positiva."

Se já disse algumas vezes que você é sábia, agora acrescento mais uma coisa: você tem um lindo coração. E ele é muito maior do que você pensa e do que as pessoas imaginam.

Eu te definiria como alguém que prefere ser feliz a ter sempre razão e sua maneira de viver é simples assim.

O mais interessante é que eu já escrevia isso desde 2002 e eu nem sonhava em te conhecer. Essa vida é realmente engraçada...

Pelo dia de hoje, eu te desejo parabéns! E por todos os que ainda virão, eu desejo que você seja cada vez mais feliz.

Au revoir...

5 de setembro de 2006

Eu sei que você sabe..

Quem me conhece sabe que eu não sei ficar no meu canto quando alguém me desafia.

Ah sim, salvo situações em que eu teria que me atirar da ponte ou na frente do trem. Perco a aposta, mas não a vida. Quer dizer, não tem essa de aposta.

Até hoje eu só fiz uma aposta na vida e perdi. Tive que pagar um founde e isso foi na época da faculdade. A aposta era tentadora, para não dizer outra coisa menos própria para a ocasião e lembro muito bem que fiz questão de perder. Era muito mais gostoso, se é que me faço entender.

Mas isso não tem nada a ver com o assunto.
Voltando...

Geralmente quando as pessoas ousam me dizer coisas como 'você não consegue isso...', pode ter certeza que despertará em mim um gigante adormecido. Sou capaz de mostrar, por quanto tempo for necessário, que não só sou capaz de fazer, como não me fará falta.
Eu sou ruim que só quando quero.

Quem já tentou fazer algum tipo de aposta comigo, sempre justificou o início do joguinho com a célebre explicação "eu só queria ver se você realmente era capaz de fazer isso".

Só acho ruim quando o divertimento em questão me faz colocar em segundo plano algo que eu adoro. Não foi à toa que eu perdi a única aposta que fiz na vida. E eu acho que foi a única porque eu não sou de abrir mão das coisas que eu gosto. Eu ainda não transcendi os prazeres da carne.

Esses meus assuntos nada a ver são de uma riqueza ímpar. Diria que se classificam entre o gênero comédia e livros de auto-ajuda. Uma coluna tão sem nexo quanto o conteúdo dos meus posts. Praticamente um Paulo Coelho inserido como roteirista do Casseta e Planeta.

Depois eu não sei dizer porque não segui carreira no circo....

E para finalizar esse momento tão meu, nada melhor que essa frase:

"O neurótico constrói um castelo no ar. O psicótico mora nele. O psiquiatra cobra o aluguel."
- Jerome Lawrence -


É como eu sempre digo: "Melhor ser feliz a ter sempre razão"
Simples assim.

Au revoir...

Palavras ao vento

Quando eu era criança, escutava a seguinte frase: 'Só não perde a cabeça porque ela está grudada no pescoço'.

Então, o que dizer das pessoas que vivem com a cabeça no mundo da lua?
(Like me)

Acabei de inventar uma questão para lá de bizarra.

Tente acompanhar quem for Raymond...
Não perde a cabeça porque está colada ao corpo. Só perde as coisas porque vive com a cabeça em qualquer lugar, menos no planeta Terra. Perco o amigo (que não está colado em mim), mas não perco a piada, porque é inerente a mim.

Depois desse Axioma (gastei o latim agora...), não preciso me preocupar muito com essas questões mundanas.


E bola para o mato, que o jogo é de campeonato.
Adoro dizer coisas completamente nada a ver. E geralmente uso desse artifício quando estou com pressa, como neste exato momento.

Levando em consideração que está frio, virei mais vezes escrever neste humilde blog que vos fala. É, eu sei... nada a ver. Mas eu nunca disse que tinha estudado rima ou poesia. Coerência em texto não é meu nome do meio.

Aos que ficam uma ótima terça-feira.
O último apaga a luz e feche as janelas, porque o frio não foi convidado a entrar e os pinguins debaixo da mesa estão reclamando.
Com toda razão...

Só para não fazer falta: "Melhor ser feliz a ter sempre razão"
Simples assim.

Au revoir...

1 de setembro de 2006

Nada mais apropriado

A fita métrica do amor

Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento.
Ela é enorme quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado.
É pequena para você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante para você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto.
É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que ela espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou não num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições?

Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos.

Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.

Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhe-la inesperadamente, se torna mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande.
É a sua sensibilidade sem tamanho!

- Martha Medeiros -

Simples assim.